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terça-feira, 19 de julho de 2011

Paisagens de Campos do Jordão

Gosto de observar as diferenças de vegetação e revelo que temos neste lindo país!!















A Pedra do Baú é um dos principais pontos turísticos da região.
Localizada no município de São Bento do Sapucaí, é uma fantástica formação rochosa destacando-se na Serra da Mantiqueira entre a exuberante Mata Atlântica. Suas escarpas chegam a até 350 m de altura e seu cume está a 1950m de altitude.
Do topo avista-se o belo vale do Paiol e a maravilhosa serra entre São Paulo e Minas Gerais. A paisagem traz sensação de paz e liberdade e pode ser desfrutada com toda segurança e com muita informação sobre a região.

Postado por: Aparecida

domingo, 10 de julho de 2011

Praia de Lopes Mendes - RJ

 Esta é uma das praias mais lindas do mundo, e para nossa felicidade fica bem próximo e com um pouquinho de esforço na caminhada você pode estar o paraíso!!!

http://www.youtube.com/watch?v=uhSk_K0K47c&feature=player_embedded

sábado, 9 de julho de 2011

Massa de ar polar na Baixada Santista

Mudança no tempo em nossa região nesse início de inverno, trazendo temperaturas
baixíssimas e chuva.





segue link para acompanhamento do clima em todo Brasil:

Postado por: Aparecida

quarta-feira, 29 de junho de 2011

'Google Earth' ao vivo: empresa promete vídeo em tempo real até meados de 2012

Uma empresa chamada Urthecast está prestes a instalar câmeras de alta definição com grandes lentes de zoom na Estação Espacial Internacional. As câmeras servirão para enviar, de volta para a Terra, vídeos durante 24 horas por dia, 7 dias por semana, com uma resolução comparável com a do Google Earth, informam os responsáveis pelo projeto. Em outras palavras: você poderá dar um "tchauzinho" para o céu e te assistir, ao vivo, na tela do computador.

A Urthecast está firmando parceria com a Agência Espacial Russa para instalar as supercâmeras até o fim deste ano, e as primeiras imagens deverão estar disponíveis até meados de 2012. A máquina enviará vídeos a 3,25 frames por segundo em uma resolução jamais vista - cada pixel representará o equivalente a 1 metro quadrado.

É claro que existe um delay, e é óbvio que a imagem transmitida vai depender da posição do equipamento naquele momento. A Estação Espacial Internacional percorre a órbita da terra 16 vezes por dia e aí, é preciso ter paciência até que a câmera esteja apontada para a sua cidade. O site da UrtheCast terá ferramentas que avisarão quando a estação estará sobrevoando os pontos de seu interesse.


 
Postado por : Celso Gonçalves...turma  A A A A A   6º SEM. GEOGRAFIA
PROJETO IDEALIZADO E SUPERVISIONADO PELOPROFESSOR DR. LUIS VICENTE FERREIRA
QUE ALÉM DE SER UM DEDICADO PROFESSOR  É:
Professor Universitário da UNIMONTE,
Professor da Faculdade DON DOMENICO,
Assessor ITA - SV,
Assessor e Tradutor/Intérprete do Grupo Syntaxis,
Consultor e palestrante da Editora FTD - Maristas,
Dr. em Ciências Sociais,
Mestre em Comunicação, Administração e Educação,
Especialista em Qualidade da Educação - pelo INEAM/WASHINGTON, USA.
Especialista em Metodologia e Ensino de Línguas - ILAC/TORONTO, CANADÁ.
Avaliador Institucional do MEC/Brasília
Tel.: 13 - 34 67 39 32

http://www.professorluisvicente.blogspot.com/

Meu Curriculum Lattes (CNPQ):

http://lattes.cnpq.br/8709346357584757

O BLOG É UMA PRODUÇÃO DA CIDA IRMÃO...6º SEM. DE GEOGRAFIA
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terça-feira, 14 de junho de 2011

Como está a situação do Pré-Sal em 2011

Muito se falou, se fala e vai se falar do petróleo da camada pré-sal. Mas, como estamos? Já começamos a extrair alguma coisa? A vender?


Vamos aos fatos: sim já começamos a extrair alguma coisa do poço-piloto Lula (ex-Tupi) desde 2009, quando o presidente Lula participou de evento simbólico da produção do primeiro litro de óleo.


                                 Clique na imagem para amplia-la

O enorme desafio técnico para se extrair o petróleo de lá, desde então, parecia mais fácil de ser resolvido do que a questão política. Até a confirmação das reservas de petróleo do pré-sal parte dos royalties da exploração do óleo e do gás extraído ficava com o estado onde o poço se localizava.

Saímos daqui satisfeitos? Não. Mas saímos daqui com a seguinte certeza: mais seria impossível. Quer saber o que mais? Viu-se aqui a dificuldade para manter isso no Plenário.
Deputado federal Miro Teixeira (PDT/RJ) após aprovação do texto do PL 5938/09 na comissão especial que tratava do pré-sal em novembro de 2009


Além disso, havia uma regra para concessão dos direitos de exploração dos poços e o governo queria mudar a lei para o caso das imensas reservas descobertas, já que o novo paradigma tinha o potencial de mudar toda a economia do país nos próximos anos com enorme impacto social e político.

Foram quatro os projetos de lei enviados pelo governo ao Congresso em 2009 para tratar da questão do pré-sal. Eles tratam de duas propostas de exploração que podem conviver: a partilha (três primeiros projetos) e a cessão onerosa (último projeto de lei). São eles:
  • PL-5.938: cria o sistema de partilha (Atualmente está no Senado Federal na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática aguardando designação do relator).

    Concessão X Partilha
    De acordo com o texto inicial a Petrobras é a única operadora, responsável por desenvolver tecnologia, contratar pessoal e manter prioridade para aquisição de bens e serviços no mercado doméstico. Outras empresas poderão ter participação de até 70% no negócio. Caso elas encontrem petróleo ficarão com uma parte para cobrir os custos (óleo custo) e dividirão com o estado os lucros (óleo lucro). Serão escolhidas, em licitação, as empresas que estiverem dispostas a oferecer um maior percentual do lucro ao estado.
  • PL-5.939: cria a Petro-Sal. (Lei nº 12.304, de 2 de Agosto de 2010)
    A nova estatal, criada para defender os interesse da União no negócio, fará parte dos contratos de partilha, sem participação nos custos e lucros, mas com direito a voto e poder de veto em decisões. Fiscalizará, por exemplo, a definição correta do que é custo, parte que fica com as empresas, e o que é lucro, parcela dividida com o estado.
  • PPL-5.940: cria o Fundo Social (Lei nº 12.351, de 22 de Dezembro de 2010).
    Para esse fundo irão os recursos da União resultantes da exploração do pré-sal e até de outras fontes de petróleo. O dinheiro aí acumulado deverá ser destinado a combate à pobreza, educação, cultura, saúde, ciência e tecnologia e adaptações às mudanças climáticas. Com isso espera-se diminuir a chance do país contrair a "doença holandesa".
  • PL-5.941: cria o sistema de cessão onerosa (Lei nº 12.276, de 30 de Junho de 2010).
    A Petrobrás pagará determinado valor para ter direito à exploração de até 5 bilhões de barris de petróleo e gás natural. Para essa área definida, que a ANP já solicitou à Petrobras que fizesse um levantamento de locais que poderiam produzir o 5 bilhões de barris, não haverá licitação e ela será devolvida à União depois de alcançado o limite. O valor a ser pago terá por base o retorno esperado para a Petrobras e se for menor, a União cobre a diferença. Sendo maior, a Petrobrás paga a diferença para a União (a oscilação do preço do barril determinará quem paga a quem).
    Esse contrato é o de mais curto prazo, já que deve ser fechado até um ano depois da promulgação da lei. O mesmo projeto prevê a capitalização da Petrobrás por meio de emissão de ações. Os recursos devem servir para que a estatal possa fazer novos investimentos, inclusive o pagamento da cessão onerosa.

É importante relatar que a grande briga é para saber qual parcela caberá para União, Estados produtores, e demais Estados dos royalties advindos da exploração de petróleo e gás da área do pré-sal. Embora haja um entendimento prévio, muitas mudanças e vetos ainda podem surgir no detalhamento de cada lei.

Resumo do Marco Regulatório

O novo marco regulatório para a exploração do petróleo manteria o modelo de concessão das áreas atuais e passaria a vigorar um modelo de partilha para a província do pré-sal. Nesse cenário, a União não correria riscos na exploração e a empresa contratada teria um risco menor uma vez que a taxa de sucesso na perfuração de poços na área é de 87% (na bacia de Santos, em 13 poços perfurados pela Petrobrás, a taxa de sucesso é de 100%).

Todavia, espera-se que a parte principal do debate já tenha passado e que haja segurança jurídica suficiente para que a exploração não fique prejudicada e nem a soberania nacional.

Foram produzidos do Pré-sal 60,2 Mbbl/d* de petróleo e 1,8 MMm³/d** de gás natural (através dos poços 6BRSA639ESS, em Jubarte, 9BRSA716RJS, em Lula, e 6BRSA806RJS em Caratinga e Barracuda).
Boletim da Produção de Petróleo e Gás Natural - Março de 2011 (ANP)

* Mbbl/d - Mil barris por dia
** MMm³/d - Milhões de metros cúbicos por dia


Em abril, a Petrobras concluiu, junto à estatal chilena Empresa Nacional de Petróleo (ENAP), as negociações para a venda da primeira carga de petróleo produzida no pré-sal destinada à exportação.

Foi vendido um milhão de barris de petróleo extraídos do campo de Lula, com embarque previsto para meados desse mês (maio de 2011) e que serão entregues em Quintero e San Vicente, no Chile.

Segundo o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, o ritmo de exploração no pré-sal da bacia de Santos está sendo acelerado e somente no primeiro trimestre do ano foram perfurados oito poços.

Se o ritmo for mantido, a empresa terminaria 2011 com 32 poços perfurados, aumento de 60 por cento em relação a toda a campanha na região até hoje, iniciada em 2007, e que perfurou 20 poços. A previsão inicial para esse ano, feita em meados de março pelo próprio Barbassa em videoconferência com analista, era de 20 poços na mesma região.

Isso dá uma idéia do ritmo de crescimento dessa bacia. Temos seis sondas trabalhando lá e vai ter mais até o final do ano. Isso mostra que o nosso crescimento de produção está garantido para o futuro.
Almir Barbassa. Diretor financeiro da Petrobras


Fonte:
Primeira exportação de petróleo do pré-sal - Petrobras - Fatos e Dados
Entenda as propostas do governo para o pré-sal - Economia Clara
Documentos relativos ao MARCO REGULATÓRIO DO PRÉ-SAL - Planalto.gov.br
Atuação no Pré-sal - Petrobras
Petrobras acelera ritmo de perfurações no pré-sal - UOL Notícias
Consulta de Proposições - Câmara dos Deputados
PROJETO DE LEI DA CÂMARA, Nº 16 de 2010 - Senado Federal
Comissão especial aprova regime de partilha para explorar pré-sal - Câmara dos Deputados
Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural - ANP
[Via BBA]


Read more: Qual é a situação atual do pré-sal? (2011) | Blog Brasil Acadêmico http://blog.brasilacademico.com/2011/05/qual-e-situacao-atual-do-pre-sal-2011.html#ixzz1PJGERo80
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terça-feira, 7 de junho de 2011

IDENTIDADE E HERANÇA CULTURAL DA CIDADE DE GUARUJÁ

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A Capoeira é um Projeto Cultural e Social Afro brasileiro , que faz parte da Identidade e Herança Cultural da Cidade de Guarujá.

Postado por Tania Santos aluna do 5° de Geografia

Fonte Videos Youtube

FOTOS DO PORTO DE SANTOS - MARGEM ESQUERDA

Porto se Santos

porto de Santos - margem esquerda
Porto de Santos - Margem Esquerda
de cima para baixo: Terminal da Cutrale, Favela,
TGG-Temag


Tgg - Temag / Guarujá/SP
TGG - temag   Porto de Guaruja


Santos - Brasil  - "A triste realidade do Brasil"  by Augusto Janiscki Junior
Sitio Conceiçãozinha - Uma bela favela cravada entre os terminais
TGG (Terminal de  Granéis do Guarujá) e o Terminal da Cutrale.
Santos Brasil - Tecon 4
Santos Brasil - Tecon    Guarujá

Iate Clube de Santos

Prefeitura diz que Petrobras quer investir em Guarujá














1-Área do Complexo Industrial e Naval do Guarujá - CING
2-Marinas da área do CING
3-Rio do Meio
4-Santa Rosa III
5-Santa Cruz dos Navegantes
6-Rio Icanhema
7-Entrada do Porto de Santos
8-Ponta da Praia em Santos
9-Ferry Boat
Notíciario
A prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito, anulou na quarta-feira (18) o certificado que permitia iniciar o pedido de licenciamento ambiental na Secretaria Estadual de Meio Ambiente para a construção de um grande pátio de contêineres na área do Complexo Industrial Naval de Guarujá (CING).A decisão foi tomada visto que, pelo artigo 108 da Lei Orgânica do Município, quem deveria fornecer a certidão era a Secretaria de Administração. Mas quem emitiu o documento foi a Secretaria de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano, em 16 de março de 2007.Além desta questão burocrática, o licenciamento da obra é alvo de processo promovido pelo Movimento Defenda Seu Lar (MDL), que aponta omissões em uma série de aspectos no pedido de licenciamento.
(...) se  queser ver  a noticia inteira  aí está o link http://www.jornalbaixadasantista.com.br/conteudo/cing_licenciamento_certidao2009.asp

POSTADO POR:  CELSO GONÇALVES TURMA A A  A A A
                   GEOGRAFIA

A HISTÓRIA DA VILA BALNEÁRIA DE GUARUJÁ

VILA BALNEÁRIA
 

O Estopim da Guarujá Moderna





















Os sambaquis, índios que habitavam a região que hoje
conhecemos como sendo Guarujá, provavelmente nem
 imaginavam que esse lugar seria, no futuro, um grande
balneário de elite, com um cenário estonteante e capaz
 de atrair os mais poderosos empreendedores. Gente
 de grande visão, como o paulistano Elias Fausto
Pacheco Jordão. Esse homem simplesmente fez com
 que a ilha deixasse de ser encarada apenas como uma
prolongação improdutiva de Santos, para tornar-se uma
 região com potencial de vida própria. Foi graças ao deslumbrament
o de Elias pelas incríveis paisagens da então deserta ilha
que, no ano de 1893, mais precisamente no dia 4 de setembro, Guarujá
ganhou o status de vila – até então, não passava de um mero povoado.
A fundação da Vila Balneária foi o marco de existência da atual Guarujá.

 Afinal, foi graças a esse acontecimento que começaram a pipocar os
 primeiros grandes investimentos na região. Foram implantados sítios
de cultivo da cana-de-açúcar, arrozais, engenhos, bananais e muitos
outros elementos que viriam a contribuir para a arrancada de desenvolvimento
da cidade. Curiosamente, porém, todo esse avanço corria mais por conta
de gente do planalto do que de Santos, apesar de Guarujá estar subordinada ao
município vizinho. Só para lembrar, o próprio Elias era paulistano. E quando ele descobriu,
 no fim do século XIX, as potencialidades balneárias d
a ilha, sabia que os efeitos paradisíacos deste verdadeiro recanto só poderiam
ser devidamente apreciados pela elite econômica do país, que nessa época já estava
 concentrada na capital de São Paulo. E a Vila Balneária trouxe todos os ingredientes
necessários para satisfazer o requintado paladar dessa n

obreza econômica.
CIDADE IMPORTADA




















Para fundar a Vila Balneária, foi organizado um ousadíssimo plano de urbanização
na região onde hoje é o centro da cidade. Esse plano ousado incluía um hotel de luxo,
 cassino e a construção de 46 residências, além de uma ferrovia exclusiva para transportar
 os visitantes. Para isso, foram encomendados nos Estados Unidos 46 chalés residenciais
desmontáveis e construídos em Pinho da Geórgia – além de um hotel, um cassino e também
uma igreja. Só para você ter uma idéia da sofisticação, a vila já desfrutava de água encanada,
esgoto e luz elétrica – um luxo para a época.
 Enquanto a colossal encomenda não chegava dos EUA, Elias Fausto tratou de
providenciar a construção de uma pequena ferrovia. E para trazer ainda mais
conforto aos turistas, mandou vir também duas amplas barcas, a qu
em deu os nomes de “Cidade de Santos” e “Cidade de São Paulo”. Como suas
funções eram servir à sociedade paulistana, as mesmas partiam do Valongo, em
Santos, e depois de uma viagem de 40 minutos, atracavam numa costeira ao
 noroeste da antiga Itapema, sendo finalmente conduzidas por uma
ferrovia numa viagem de 10 minutos até a Vila Balneária.
A partir daí, o crescimento da cidade foi contínuo. Nicola Puglisi sucedeu Elias

 Fausto Pacheco Jordão na presidência da Companhia Balneária até 1926,
quando Guarujá foi transformada em Prefeitura Sanitária, sendo nomeado o Sr.
Juventino Malheros seu primeiro prefeito. Depois, em 1934, a cidade viraria
 Estância Balneária, e teria sua emancipação decretada em 30 de junho do mesmo ano.
E finalmente, em 1947, Guarujá virou município, tendo seu primeiro governo municipal eleito
 para o período de 1948 a 1951.

FIQUE POR DENTRO O nível de chiquê da Vila Balneária não era brincadeira. Eram ruas inteiras de construções importadas.
Até mesmo as cercas eram de madeira com feição estrangeira. As casas tinham partes das estruturas de

 madeira aparente e cobertura com telhas tipo Marselha. As paredes eram arrematadas com tábuas horizontais.
Os chalés apareciam como novidade e eram registrados com destaque nos cartões-postais.
As melhores famílias – entenda-se: as mais ricas – de Santos e São Paulo eram quem ocupavam a maioria dos
 chalés americanos por volta de 1920 e 1930. Elas adquiriram terrenos no loteamento inicial e também em
outros que foram surgindo no centro da cidade – que, aliás, já tinha cinema, zoológico, muitas charretes pelas
praias e dois parques de recreações: o das Pedras (onde hoje está localizado o edifício Sobre as Ondas) e o
 das Astúrias.
A locomotiva a vapor que fazia o trajeto entre o Itapema e a Vila Balneária – e que era de procedência
 americana, para variar – atualmente pode ser vista em exposição no centro de Guarujá.
  GLAMOUR BALNEÁRIO























A história de Guarujá no início do século – e seus reflexos na Guarujá de hoj
e – é pontilhado de nomes que, não por coincidência, habitaram o cenário
político-econômico de São Paulo por décadas. Matarazzo, Prado, Leomil, Chaves
, Siciliano e outros faziam da ilha uma extensão de suas atividades. O início da
República viu Guarujá como balneário obrigatório para o descanso dos poderosos
 do país. Os livros do Grande Hotel La Plage viviam repletos de nomes de presidentes
e ministros. Fotos antigas mostram Washington Luís e Ruy Barbosa passeando pela
tranqüila paisagem de Pitangueiras. Personalidades nacionais e internacionais, das
artes, das ciências, do comércio e da indústria faziam, da ilha, a pausa obrigatória em
 suas esplendorosas atividades.
A cidade acostumou-se a conviver com celebridades. O homem que levava Santos Dumont

a passeios de charrete falava dele como um velho amigo. O crupiê do cassino, terminada
 a época do jogo, era confidente de governadores e generais.
Mas o glamour da sofisticada vila não se confundia com a realidade. Situada a menos de

100km da maior cidade do país e ainda por cima integrante da Baixada Santista – região
 densamente povoada e de múltiplas atividades econômicas, como indústria química e
 siderurgia –, Guarujá dificilmente ficaria imune aos efeitos externos. Seria impossível
manter a utópica pureza tropical que alimentou os sonhos de Elias Fausto Pacheco Jordão.
FIQUE POR DENTRO
O Hotel Cassino La Plage era o grande animador de Guarujá. Os figurões que o

 freqüentavam gastavam cifras suficientes para transformá-lo numa verdadeira
usina financeira de toda empresa.
A decoração do hotel era primorosa. Feito do melhor pinho da Geórgia, tinha 50
quartos e várias salas, como a de refeições, bar, leitura (living e sala de estar),
além de ser cheio de lustres de cristal, vitrôs e dourados, além de estofados de
couro da Rússia e tapetes da Pérsia.
Apesar de ter sido a responsável pela arrancada de desenvolvimento de Guarujá,
a data de 4 de setembro, dia da fundação da Vila Balneária, ainda não faz parte do
 calendário de comemorações oficiais da cidade.

Farmacêutico formado, veio de Ribeirão Preto e mora no Guarujá há mais de 58
 anos. Criou um grande amor pela cidade, e fez da fotografia o seu hobby: se ele
mesmo não fotografava, tratava de conseguir mais algumas fotos de Guarujá. Hoje
, possui um invejável acervo com centenas de fotos antigas e raras da cidade. Ele
tem, inclusive, as fotos da Galeria Paulo Lima, atualmente em exposição no Pão de
 Açúcar do centro.

O senhor vê muitas diferenças entre a Guarujá antiga e a Guarujá moderna?
Sim. Principalmente a falta de evidências do passado. É preciso modernizar, mas

 também é preciso conservar. Muito do nosso passado se perdeu.
Mas o senhor está satisfeito com a Guarujá de hoje?
Olha, eu não posso me queixar. A cidade me acolheu muito bem. Apesar da falta

 de referências do passado, a cidade continua a crescer, e está ainda muito bela.

DO CHALÉ DE MADEIRA AO ESPIGÃO DE AÇO
Em 1946, o construtor do primeiro prédio de apartamentos da cidade, um engenheiro
 alemão, chegou a ser criticado por seus colegas da capital por implantar um espigão
 na então região semi-deserta de Pitangueiras. O prédio, que ganhou o mesmo nome
da praia, era muito mais que uma audaciosa edificação. Era o prenúncio das incríveis
 transformações socioeconômicas pelas quais a antiga Vila Balneária iria passar.
Menos de 30 anos depois, Guarujá passaria pelo “boom imobiliário”, algo que a

tornou, no final dos anos 70, a terceira cidade do país em investimentos imobiliários
. Sofisticados prédios de luxo foram encravados ao longo das praias, descortinando

 um cobiçado mar de esmeralda. Milhares de trabalhadores, atraídos por um
insaciável mercado de mão de obra, migraram para a cidade. Os empregos
fáceis, as moradias baratas e os indícios de oportunidade fizeram-nos atrair
conterrâneos. E o resultado foi que a migração nordestina em Guarujá, na década
 de 70, foi a maior verificada em todo o litoral centro-sul do estado. E o distrito
 de Vicente de Carvalho passou a ser, na região, o maior pólo de concentração de nordestinos.
Os anos 80 chegaram e o que se viu foi a semi-paralização da construção civil. Espalhados

 por favelas em morros e mangues, os trabalhadores passaram a representar não mais
a mão de obra que impulsionava o progresso ou a multiplicação do consumo. Acabaram se
 tornando um grande fardo social à administração pública de Guarujá.
Mas o declínio da construção civil não representou necessariamente a estagnação econômica

 da cidade. Foram feitos investimentos em vários outros setores. Em 1985, por exemplo,
Guarujá foi classificado como o segundo maior centro de captura e pesca do país. Tornou-se
 sede da maior cooperativa de pesca do Brasil, a Nipo Brasileira (maior exportadora nacional
de frutos do mar para o exterior). Além disso, o porto de Santos expandiu-se à margem
 esquerda do estuário, sendo instalada na região do Conceiçãozinha, em Vicente de Carvalho,
 os maiores terminais de fertilizantes e contêineres da América do Sul. Ao mesmo tempo,
criava-se o CING, Complexo Industrial Naval de Guarujá, que passaria a acomodar estaleiros
 e demais empresas ligadas à atividade naval.

FIQUE POR DENTRO
Curiosamente, a orla do município, que inspirou seu processo de sofisticação, tornou-se o

 pólo concentrador de miséria. No final da década de 80, registravam-se, na sede, 48 favelas,
contra apenas 15 do distrito de Vicente de Carvalho.
Vicente de Carvalho, aliás, tem uma cultura toda particular, devido ao fato de ter sido formada
 essencialmente por nordestinos. Acabou se tornando uma cidade dentro de outra, e não
é à toa que se alimenta há décadas, na região, um sentimento emancipacionista. tc "ê Vicente
 de Carvalho, aliás, tem uma cultura toda particular, devido ao fato de ter sido formada
essencialmente por nordestinos. Acabou se tornando uma cidade dentro de outra, e
 não é à toa que se alimenta há décadas, na região, um sentimento emancipacionista. "
O bairro do Pae Cará, em Vicente de Carvalho, tem esse nome em homenagem a um
conhecido pai-de-santo da época em que foi criado. O bairro chegou a ter mais de 80 mil
moradores.
Assim como a duplicação da Imigrantes ajuda no desenvolvimento da cidade atualmente,

 a Rodovia Piaçaguera-Guarujá, inaugurada em 1957, também contribuiu muito na expansão
do município. No início dos anos 70, o Governo do Estado construiu a ponte que liga
Guarujá ao continente. Esse fato foi decisivo para o Boom Imobiliário – tanto é que, em 1990
, o grande crescimento da cidade exigiu a duplicação da estrada.
E A VILA CONTINUA....




















Atualmente, Guarujá está  vivendo uma  fase excelente. O mercado
 imobiliário reconquistou seu prestígio, as praias estão
 mais lindas do que nunca e as perspectivas de crescimento e investimentos
são animadoras. A duplicação da Rodovia dos Imigrantes transformou a cidade
 numa extensão atraente da capital, fazendo com que muita gente passasse
 a morar aqui nos prédios que antes viviam vazios e a continuar trabalhando
 em São Paulo. Apesar de o turismo ainda ser a principal fonte de recursos
para o desenvolvimento socioeconômico da cidade, o que se vê é que, mais
do que nunca, Guarujá parece estar finalmente conseguindo conquistar aquilo
 pelo qual sempre lutou, desde a época da Vila Balneária: a sua autonomia.
 Porque uma cidade que cresce dependendo só do turismo pode crescer
 muito mais se tiver vida própria. Felizmente, parece que já estamos no caminho certo.


Dez razões para gostar de Vicente de Carvalho
1 Possui uma cultura toda particular
2 É o segundo maior centro comercial da Baixada Santista
3 Os índices de qualidade de vida melhoram a cada ano
4 É lá que se encontra a Base Aérea de Santos, onde será implantado um

aeroporto em 2005
5 A margem esquerda do porto é ali
6 Obras de reurbanização estão melhorando o sistema viário
7 Possui a maior oferta de empregos da cidade
8 Possui mais habitantes que a sede do município
9 As favelas estão passando por um processo de urbanização
10 Possui um povo alegre e gentil

O relato de quem viu – Tolhia Boscov

Ele viu o boom imobiliário
Tolhia Boscov, arquiteto, chegou na cidade em 1970, época do boom

 imobiliário no Guarujá. Formado em 1958, trabalhou por dois anos
 em São Paulo e então foi para a França. Lá, trabalhou durante seis
meses com o famoso Le Corbusier (veja quadro), arquiteto revolucionário
que deixou um legado para a arquitetura urbanística mundial. Nesta entrevista,
Tolhia fala um pouco do perfil arquitetônico de Guarujá, bem como reforça a idéia
de que não houve a preocupação em preservar a memória da cidade
Como era Guarujá antes do boom imobiliário?
O que impulsionou esse boom foi a abertura da Rodovia Piaçaguera-Guarujá. Vi
todo o processo que se desencadeou daí. Antes disso, Guarujá tinha alguns
edifícios aqui e ali, mas a base era somente composta de construções térreas.
 Se você pegar o bairro da Barra Funda, por exemplo, vai notar que só tinham
casas. Na Enseada também. No Astúrias, tinha o edifício Sobre-as-Ondas e só, o
 resto eram casas, também.
Houve a preocupação em preservar as construções antigas, nessa época?
Infelizmente não. A maioria das coisas foram demolidas, o que é uma judiação.
 Até mesmo a antiga estação de trem, que ficava no centro, foi destruída. Então,
parece que não existe memória. Para haver uma boa arquitetura, é preciso haver
uma boa cidadania. Isso é fundamental. Se há cidadania, há crítica.
Cria-se cultura e bom-gosto.
A arquitetura guarujaense possui algo das idéias revolucionárias de Le Corbusier?
Tem, mas tudo muito misturado a coisas que não possuem uma linha própria, uma
 identidade.
 Isso, aliás, é algo que ocorre em todo o mundo. Temos um estilo arquitetônico?
 Temos, existem ótimos e bons prédios, que são bem-resolvidos. Mas temos
 também uma quantidade enorme de construções que foram feitas
“no tapa”, somente porque se vendia qualquer coisa naquela época.
A duplicação da Imigrantes, a despoluição das praias e a revigoração
 da cidade fez com que muitos a chamassem de “a nova Miami”.
O que você pensa a respeito?
Para ser uma nova Miami, Guarujá precisa perder esse estigma
 de cidade de temporada e de fim de semana. Já temos todas as
condições de conseguir isso, pois a cidade melhorou muito nestes últimos anos.

Até mesmo os bairros mais populares estão melhor cuidados. E não podemos
 nos esquecer do distrito de Vicente de Carvalho, que é o segundo maior comércio

 da Baixada e vêm melhorando em qualidade de vida ano após ano.

FIQUE POR DENTRO:
Quem foi Le Corbusier?
Charles-Edouard Jeanneret-Gris, conhecido por Le Corbusier, nasceu em La

 Chaux-de-Fonds, na Suíça, em 6 de Outubro de 1887. Formado como gravador
de metais pela Escola de Artes Aplicadas da sua terra natal, teve um percurso

profissional e artístico muito particular, viajando pela Itália, França, Budapeste
 e Viena, difundindo as suas construções pela Europa e, pontualmente, na Ásia
 e América. Precursor do movimento da arquitetura moderna, pioneiro na
 aplicação de novas formas e materiais aliados à indústria e produção em
 série, Le Corbusier foi um grande arquiteto do século XX, evoluindo a sua
 obra numa direção de formas mais expressivas. Morre em 1965, após
uma vida de grande produção prática e teórica, no dia 27 de Agosto, em
 Roquebrune, França.
Referência Bibliográfica da parte histórica:
" Pérola ao Sol - Apontamento de uma Guarujá moderna ", de Mônica de

Barros Damasceno e Paulo Mota, DEC,1988.
Referência Bibliográfica da parte histórica:
" Pérola ao Sol - Apontamento de uma Guarujá moderna ", de

 Mônica de Barros Damasceno e Paulo Mota, DEC,1988.

FONTE:  http://www.guiaguaruja.com.br/
O relato de quem viu – Osvaldo Cáfaro
O Guardião da história de Guarujá

Osvaldo Cáfaro, 92 anos, pode ser considerado uma lenda viva da cidade.
POSTADO POR:  Celso Gonçalves  turma   AAAA
                              GEOGRAFIA

segunda-feira, 6 de junho de 2011

HISTORIA DA RELIGIÃO

Postado por : Wagner Afonso - RM 19797

Projeto colaborativo - Lindas paisagens, uma nova "cidade maravilhosa"?

 Adorei assistir este vídeo, uma ótma propaganda de nossa cidade, até a música é voltada para ela. Lembra as cenas de novelas da globo, exaltando as lindas paisagens do Rio de Janeiro.


Mas como todos sabemos, as fotos são lindas, verdes encostas (desde que não mostre as favelas), lindo mar azul com suas ondas brancas quebrando nas areias claras... desde que não se faça teste da Cetesb!!!

Cabe a nós cidadãos cobrar, buscar e colaborar com soluções que façam de nossa linda cidade um belo cartão postal em todos os sentidos.

http://youtu.be/F3UTRhptxz0

Postado por: Aparecida

Projeto colaborativo - A banalização da violência na cidade

A cidade de Guarujá vem passando por momentos difícies, um deles é a violência cada vez mais banal em qualquer local.

Este vídeo mostrou a todo Brasil o que vivemos em nosso dia-a-dia. Um homem armado em plena praia tomando como refém uma turista. 

O que isso mostra? Continuamos recebendo o mesmo fluxo de turistas de 10 anos atrás? Com certeza não. 

http://youtu.be/00ls7-VJPVA

Postado por: Aparecida

domingo, 5 de junho de 2011

IDENTIDADE E HERANÇAS CULTURAIS DA CIDADE DO GUARUJÀ

CING: Complexo Industrial e Naval do Guarujá

AVES OBSERVADAS NO CING
Garça-azul
Garça-branca-grande
Garcinha
Garça-vaqueira
Socó-dorminhoco
Socozinho
Socó-caranguejeiro
Urubu
Marreca-toucinho
Irerê
Carrapateiro
Caracará
Quiriquiri
Coruja-buraqueira
Saracura-de-mato
Saracura-sanâ
Turuturu
Frango d’água
Jaçanã
Quero-quero
Batuíra-do-bando
Batuiruçu
Maçarico
Perni-longo
COMPLEXO INDUSTRIAL NAVAL DE GUARUJÁ
O CING possui uma triste história: nos idos de 1987, o que se planejava fazer ali era um complexo naval, repleto de marinas, com a desculpa de que aquilo seria um investimento não poluidor. No entanto, as obras de aterro para tal empreendimento destruíram mais de 2 milhões de metros quadrados de exuberantes manguezais, que além de serem abrigo e alimento para uma infinidade de animais, estabilizavam o fluxo de sedimentos vindos dos morros do Icanhema e Pitiú (estes ainda recobertos por mata atlântica).
Localização do Complexo Industrial Naval de Guarujá

VISITAS
Foi em Junho de 2005 quando iniciamos as nossas visitas à região conhecida como CING (Complexo Industrial e Naval do Guarujá). Passando de carro pela rede viária que corta a região, observamos uma vasta área aberta, transformada em pastagem. À direita desta estrada, o que se via era um pequeno remanescente de manguezal. Não pudemos deixar de contemplá-lo com uma certa tristeza...


Originalmente, a área do CING era coberta em praticamente toda sua extensão por manguezais cujo bom desenvolvimento dos bosques indicava uma alta produtividade. Fato que, sem dúvida, refletia numa contribuição significativa para a manutenção dos organismos aquáticos que dão sustentação à produção pesqueira regional e às atividades extrativistas de subsistência da população local.

Área descampada no CING atualmente
utilizada como pastagem

Saindo da Nobara pode se observar um remanescente de manguezal ao lado direito

Enquanto passávamos pela rede viária, víamos como o aterro aos poucos foi sufocando o manguezal, barrando o fluxo das águas e o transporte de sedimento. È tristemente notório como uma grande extensão de manguezal pôde ter simplesmente desaparecido. Fizemos então o contorno em frente á Nobara e atravessando uma área de capim alto e seco, ouvimos um canto diferente. Paramos então o carro na beira da estrada a fim de escutar a provável ave. E eis que pudemos constatar a vocalização de uma jaçanã (Jacana jacana) vindo do outro lado do capinzal. Aquilo nos intrigou muito, pois esta é uma espécie que vive em área alagadas. Como poderia estar vivendo ali, naquelas pastagens estéreis?

Aqueles eram os últimos remanescentes dos manguezais existentes na margem esquerda do Estuário de Santos. Este pode ser considerado o mais trágico caso de impacto ambiental do litoral de São Paulo, e não parece que tenhamos aprendido a lição...
Remanescente de manguezal na margem do Rio do Meio

Embrenhamos-nos em meio ao capinzal na busca pela ave, e afastando o capim, vimos algo que custamos a acreditar: uma larga extensão de água espalhando-se por uma região com cerca do tamanho de um campo de futebol. Aqui e ali, garças-brancas-grandes (Ardea Alba) e garças-brancas-pequenas (Egretta thulla) caminhavam pelas margens, lavadeiras-mascaradas (Fluvicola nengeta) corriam pelo solo encharcado e sua parente próxima, a freirinha (Arundinicola leucocephala) pousava nos juncos.

De repente, um bando de marrecas-toucinho (Anas bahamensis) passou voando em círculos sobre nós, para então pousar suavemente sobre a superfície da água. Contamos 46 marrecas, que se espalharam pela água alimentando-se de algas e plantinhas aquáticas. A marreca-toucinho é uma espécie migratória, que vem da Região Sul passar o inverno por aqui. Foi uma grande satisfação encontrar um bom número dessa espécie naquela área. Em seguida, observamos 8 indivíduos da marreca irerê (Dendrocygna viduata), esta residente na região.
O brejo durante o mês de Junho de 2005
Percebemos então que aquela área era nada mais que um brejo, formado pelo represamento da água na ocasião do aterro dos manguezais. Ali se estabeleceram algumas algas, que servem de alimento a muitas aves. Percebemos isso quando vimos cerca de 22 frangos d´água (Galinulla chloropus) alimentando-se de algas nas partes mais rasas. Vimos então uma avezinha pernalta esquisita, de pescoço branco com uma listra preta acima dos olhos e de bico vermelho. Foi então que uma jaçanã passou voando por cima de nós, indo juntar-se a avezinha, que na verdade era o jovem da espécie. Ele é bem diferente do adulto e chega mesmo a confundir. A jaçanã adulta então vocalizou olhando em nossa direção, como uma firme constatação que fizemos bem em tê-la “seguido”.
Enquanto observávamos uma garça-azul (Egretta caerulea) pescando nas margens lodosas e um bando de asa-branca (Patagioenas picazuro) passava voando sobre nós, um ágil quiriquiri (Falco sparverius) sobrevoando o brejo, à procura de pequenas aves.
Durante o mês de Novembro de 2005 encontramos o brejo praticamente seco. Portanto, aquela água não vinha de um afloramento do lençol freático, e sim da chuva. Agora o que se via era uma área lodosa, com alguns bancos de algas. Mas as aves estavam lá. Além das costumeiras aves aquáticas, vimos três aves pernaltas. Tratava-se do pernilongo (Himantopus melanurus), uma ave pouco comum aqui na Baixada Santista, observada poucas vezes. Pelas margens, corriam bandos de batuíras-de-bando (Charadrius semipalmatus), pequena e simpática ave migratória que vem do Alasca passar o inverno no Brasil. Também vimos bandos de maçaricos-de-pernas-amarelas (Tringa flavipes), outro visitante boreal. Foi muito bom saber que haviam espécies migratórias alimentando-se e descansando ali naquele brejo. Enfim, a vida continuava e não observamos grandes mudanças durante as nossas visitas.

O brejo durante o mês de Junho de 2005

O brejo durante o mês de junho de 2006
No mês de Janeiro de 2006 o que era brejo havia se tornado uma área repleta de taboas e juncos. Onde antes havia água, agora se estabelecera uma vegetação rasteira. Pensamos que as aves aquáticas haviam todas ido embora. Enfim, é a sucessão ecológica. Os brejos são ambientes passageiros e logo se transformam em terra firme. De fato, não vimos mais ali uma quantidade sem fim de garças, maçaricos, marrecas ou batuíras. A região parecia mais silenciosa...
No entanto, não nos demos por contente e pusemos o “play-back” para funcionar. Trata-se da técnica de reproduzir o canto das aves, para que possamos atraí-las. E logo uma avezinha se fez notar, cantando escondida em meio ao capinzal. Era uma saracura-sanã (Pardirallus nigricans). Logo outro indivíduo da mesma espécie veio fazer-lhe dueto.
Tocando o som de outros ralídeos, ou seja, outros parentes da saracura, um turuturu (Porzana albicolis) respondeu prontamente ao play-back de sua voz. Muito legal descobrir este misterioso ralídeo por ali. E antes mesmo que fosse feito o play-back, uma saracura-três-potes iniciou seu canto, na região onde o brejo unia-se com a mata de encosta do morro do Icanhema.
Não províamos de muitos cantos, mas ficamos de voltar para aquela região, pois iremos acompanhar todo o processo de sucessão ecológica do brejo, e ver que aves se sobrepõem por ali, na medida em que o ambiente se transforma.
Afinal, a velha frase já diz que na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. A não ser, é claro que o homem resolva interferir...

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICASBRETAS, E. & SIGRIST, T: Desenho Científico de Aves. Anais do V Congresso Brasileiro de Ornitologia, UNICAMP, Campinas, 1996.
CAMARGO, H: Sobre uma pequena coleção de aves de Boracéia e do Varjão do Guaratuba (Estado de São Paulo). Papéis Avulsos do Departamento de Zoologia, SP, 7(11): 143-164, 1946.
DUNNING, J.T: South American Land Birds. A Photographic Aid to Identification. Harrowood Books. Pennsylvania . Newton Square. 364 pp. 1985.
HÖFLING, ELIZABETH-ALMEIDA DE CAMARGO, HÉLIO F: Aves no Campus – Edusp. São Paulo (3ª Edição), 1999.
OLMOS, F & SILVA, R.S. Guará – Ambiente, Flora e Fauna dos manguezais de Santos-Cubatão. 2003. Editora Empresa das Artes. 216p.
PEREIRA, PABLO: Brasileiros Torturados, Galileu, Editora Globo S.A - Pág. 24-33, 2002.
MITCHELL, SOPHIE: Eyewitness Guides, Ponds and Rivers – Dorling Kindersley Ltd. London, 1988.
MOORE, HOWARD R, A:. A complete checklist of te birds of the world. 2. ed. London, Academic Press. 622 p. 1991.
RUSCHI, AUGUSTO: Aves do Brasil – Editora Rios, São Paulo, 1981.

SCHAUENSEE, R.M: A Guide to the Birds of South America. ICBP, 498 p., 1982.



POSTADO POR  Geraldo Andrade..5°  de GEOGRAFIA

OUTRAS AVES
Asa-branca (Patagioenas picazuro), Lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta) Freirinha (Arundinicola leucocephala), Suiriri-cavaleiro (Machetornis rixosus), Bentivi (Pitangus sulphuratus), Tangará-dançarino (Chiroxiphia caudata). Beija-flor-tesouro (Eupetomena macroura), Bico-de-lacre (Estrilda astrild) Pardal (Passer domesticus).